O que é autonomia?

Essa pergunta, cuja resposta parece simples, é o tema desta e da próxima edição da Conexão Profissional. É justamente por parecer evidente que muitos profissionais acabam interpretando esse conceito ao seu modo e — especialmente os que estão iniciando a carreira — não param para se perguntar o que significa ter autonomia dentro de uma organização.
A melhor maneira de abordar o tema é definir o que é autonomia, na vida cotidiana e na vida profissional, para então verificar como isso pode se refletir no comportamento no ambiente de trabalho. E, já que a forma mais óbvia de definir uma palavra é recorrer ao dicionário, encontramos no Houaiss basicamente: “capacidade de governar-se pelos próprios meios; direito de um indivíduo tomar decisões livremente; independência moral ou intelectual”.
No entanto, dentro do contexto da empresa, essa capacidade implica ter conhecimento técnico e mercadológico, conhecer a cultura organizacional e saber como essa organização utiliza os conhecimentos. A maior parte dessas informações pode ser aprendida com as pessoas mais experientes, aquelas que já estão há mais tempo na empresa e no mercado.
Sendo assim, a autonomia profissional envolve ter segurança e conhecimento para tomar a iniciativa nos momentos certos. Além disso, é importante deixar claro que não se trata de ter independência no sentido de autossuficiência, muito menos de agir isoladamente ou decidir sozinho. Pelo contrário, implica interdependência, pois pedir ajuda é parte essencial do processo de adquirir autonomia. Muitas vezes o profissional acredita que perguntando a opinião do outro ou pedindo ajuda deixa de ter autonomia, o que é um engano. Pessoas com certo grau de autonomia, via de regra, sentem-se à vontade para compartilhar dúvidas e construir soluções coletivas.
Por fim, ter autonomia está associado também a uma relação de poder: não só da autoridade formal (hierarquia), mas no sentido de ter a capacidade de decidir e, principalmente, se responsabilizar por suas ações, tendo sempre em mente que, numa situação de trabalho, o profissional representa a empresa.
Na próxima edição, veremos como essa visão diferenciada de autonomia se aplica ao dia a dia da empresa, especialmente para os jovens profissionais.