Há dez anos o experiente publicitário brasileiro Júlio Ribeiro, presidente da agência Talent, falando sobre o que, no seu entendimento, marcaria o Século 20, disse o seguinte:

“A grande revolução que vai caracterizar este século não será a Soviética ou a da desintegração do átomo. Será a revolução na forma das pessoas se comunicarem. A invenção do computador, do satélite e do avião a jato mudou profundamente a realidade do planeta.”

Júlio Ribeiro, Estado de S. Paulo, 18.08.97

Naquela época, ele já definia o século passado como o século da comunicação e olhe que nem se falava direito ainda nem em telefone celular nem em internet. Com a massificação dos dois é que a definição se exacerba. Se o Século 20 pode ser definido como o século da comunicação, o Século 21, pelo menos nesse seu início, pode ser caracterizado, depois do celular e da internet, como o século da comunicação conectada, da “nova economia” em tempo real. Só no Brasil já existem mais de 100 milhões de telefones celulares em uso e pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 68% dos domicílios têm, pelo menos, um telefone celular. Tudo isso em menos de dez anos de uso da tecnologia móvel.

“Na ‘nova economia’, as mudanças são rápidas e profundas. E intangíveis. Geração nenhuma viveu tamanho trauma.”

Amartya Sem, economista indiano, prêmio Nobel

Quanto à internet, embora não tenha ainda a mesma abrangência do telefone celular, representa um avanço tecnológico nas comunicações sem precedentes na história contemporânea.

“A internet é uma das mais importantes tecnologias da história. Talvez não tão importante como a eletricidade ou o telefone, mas a mais importante dentro da informática.”

Larry Ellison, presidente da Oracle Corporation

Juntos celular, internet e o desenvolvimento da tecnologia de hardware e software que está permitindo a maior portabilidade e a diminuição de preço dos notebooks ou laptops (hoje sinônimos) está resultando, na prática, na transformação dos computadores portáteis em companheiros permanentes de trabalho e já quase parte inseparável da nossa bagagem cotidiana.

“O crescimento na venda de notebooks fez com que o Brasil passasse da 7a. para a 4a. posição no ranking mundial de vendas de computadores durante o segundo trimestre. Entre abril e junho o país comercializou 2,1 milhões de computadores pessoais. Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar nessa lista, com 16 milhões, seguidos pela China (sete milhões) e Japão (3,1 milhões).”

Site G1, g1.globo.com, 31.08.07

O padrão atual de computador portátil que nos acompanha dentro da pasta (não mais em uma bolsa separada só dele), parece estar se fixando, dentre outras especificações, no laptop (ou notebook) de 12” de tela, com menos de dois quilos de peso, bateria de pelo menos duas horas de duração e placa ou chip fornecido pelas companhias de telefonia móvel que permite conexão à internet em todos os lugares onde o celular funciona. É o que se poderia chamar de pequena “revolução da portabilidade”. A generalização do conceito wireless. Basta observar as salas de embarque nos aeroportos…