Pesquisa aponta otimismoe educação como prioridade

 
Como faz a cada ano, a TGI, no evento de lançamento da sua Agenda 2002, realizou uma pesquisa, respondida por 270 dos empresários e executivos presentes, sobre o desempenho empresarial em 2001 e as expectativas para 2002.
Em relação ao desempenho empresarial em 2001, houve uma espécie de equilíbrio das respostas. Em termos de evolução dos negócios ou atividades, os pesquisados responderam o seguinte: (1) para 37% houve estabilidade; (2) para 30% houve crescimento;  e (3) para 30% houve redução.
Apesar dessa espécie de “empate técnico”, merece destaque o resultado de que, apesar das dificuldades enfrentadas no ano que está terminando, para 77% dos pesquisados as mudanças empreendidas pelas organizações em 2001 avançaram.
No âmbito dessas mudanças, os aspectos apontados como de maior evolução em 2001 foram: (1) controle de custos mais rigorosos; (2) gestão colegiada; e (3) capacitação gerencial e das equipes.
Já no que diz respeito ao próximo ano, 69% apontam que haverá mais expectativas de desenvolvimento empresarial em 2002 que em 2001. Os fatores que, no entender dos pesquisados, facilitarão o desempenho em 2002: (1) estratégias consistentes; (2) parcerias; e (3) atendimento ao cliente.
Em se tratando da expectativa geral para o próximo ano, 80% apostam que o 2002 será melhor que 2001 e apontam como prioridades para o presidente a ser eleito em outubro: (1) educação (19%); (2) emprego, renda e investimento social (17%); e (3) desenvolvimento econômico. Além dessas, apontam também: saúde (11%); reformas (11%); e segurança (7%).
É interessante notar que apesar das dificuldades vividas pela economia do país em 2001, a visão proporcionada pelos resultados da pesquisa aponta na direção de um enfrentamento maduro das dificuldades, com o avanço da consolidação das mudanças organizacionais, sobretudo no que diz respeito ao controle de custos e à disseminação da gestão colegiada.  Realismo financeiro e compartilhamento de decisões são avanços mais do que saudáveis.
O fato de ser apontada para 2002 a intenção de investir em estratégias consistentes, em parcerias e em atendimento ao cliente, como aspectos facilitadores do desempenho, é bastante positivo.
Positivo também é o fato de que uma parcela bastante expressiva dos pesquisados (80%) acredite que o próximo ano será melhor que 2001. Essa espécie de ânimo tem um importante efeito microeconômico, inclusive para amenizar e tornar menos severos os efeitos macroeconômicos, sobretudo por tratar-se da expectativa de quem empreende e tem responsabilidade empresarial.
Além desse ânimo, apesar dos impactos imprevistos ocorridos em 2001, um aspecto que surpreende nas respostas dos pesquisados são as prioridades apontadas para o próximo presidente. Educação aparece em primeiro lugar, à frente de emprego e desenvolvimento econômico.
Esse parece ser um fato novo: a consciência de que a educação joga um papel crucial no desenvolvimento do país, a ponto de dever ser apontada como a principal prioridade do próximo presidente eleito. O colunista da revista Veja Claudio de Moura Castro já fez algumas considerações importantes sobre o assunto em artigo intitulado “Educação é o Combustível do Crescimento”.

“O fenômeno mais espantoso do milagre econômico brasileiro nos anos 70 foi o crescimento sem educação. Acabou essa mágica.”

Claudio de Moura Castro, revista Veja 27.12.2000

Essa constatação da pesquisa realizada é tão importante que merece um número do Gestão Hoje específico sobre o tema.