Livro Aborda Volta por Cima Dada por Bogotá e Medellín

por Francisco Cunha, sócio da TGI Consultoria em Gestão
Do topo do ranking das cidades mais violentas do mundo à referência em mobilidade, segurança e soluções urbanísticas para devolver o espaço público aos cidadãos. Como duas cidades colombianas conseguiram, em 15 anos, reescrever sua história é o tema do livro As Lições de Bogotá e Medellín – do Caos à Referência Mundial, organizado por Murilo Cavalcanti, atual secretário de Segurança Urbana do Recife. O livro, que reúne textos, entrevistas, análises e visões de vários profissionais e especialistas — incluindo quatro integrantes da Rede Gestão —, foi lançado na última segunda-feira (15), às 19h, no Paço Alfândega.
Bogotá e Medellín chegaram ao fundo do poço na década de 1990 — Medellín, inclusive, foi considerada a cidade mais violenta do mundo. Foi quando uma safra de bons prefeitos, com o apoio da população, mudou o destino que parecia irreversível. “A mesma Medellín foi eleita, agora em março, a cidade mais inovadora do mundo”, ressalta Murilo. A fórmula, segundo ele, pode servir de inspiração para muitas cidades que enfrentam os mesmos problemas.
Murilo viajou 13 vezes à Colômbia, realizando um intenso estudo das mudanças implantadas que envolveu inúmeros contatos, intercâmbios, palestras e artigos. Também acumulou experiência na área como secretário de Segurança Cidadã em Petrolina e, agora, à frente da Secretaria de Segurança Urbana do Recife.
Para esmiuçar, em 192 páginas, a bem-sucedida experiência das cidades colombianas, ele contou com a colaboração de Cármen Cardoso e Francisco Cunha, da TGI Consultoria em Gestão; Luiz Vieira, de Luiz Vieira Arquitetura de Paisagem; e Roberto Montezuma, de AFM Arquitetos, todos integrantes da Rede Gestão, além de Marcos Galindo, biblioteconomista e professor da UFPE. Eles participaram de viagens às duas cidades e, em entrevista ao jornalista Eduardo Machado, incluída no conteúdo do livro, revelam o que a experiência colombiana tem a ensinar ao Brasil e, particularmente, ao Recife.
Para Francisco Cunha, o que mais impressiona na experiência das cidades colombianas é que as soluções são simples, sem grandes sofisticações. “A diferença para a realidade brasileira é que, por trás dessas soluções simples, existe a vontade política de fazer com que as prioridades sejam observadas”, assinala. “O momento agora é de iniciar a custosa recuperação no caminho de cidades bem mais justas e sustentáveis do que as que temos hoje no Brasil. Em especial, o Recife pode se beneficiar muito dos exemplos de Bogotá e Medellín.”