Sustentabilidade e estratégia do negócio


“Não existe Plano B simplesmente porque não existe Planeta B
.”, Ban Ki-moon, secretário geral da ONU.

A chamada gestão sustentável, na medida em que articula de modo indissociável as dimensões econômica, social e ambiental, representa a interseção convergente dos interesses empresariais com os interesses da sociedade.
Nessa perspectiva, a avaliação do desempenho empresarial não se pode traduzir apenas em variáveis econômicas e/ou financeiras. Requer, por exemplo, incorporar variáveis intangíveis como satisfação dos empregados, imagem para o cliente ou reputação, que representam tanto quanto os resultados financeiros e que são construídas mais nas interações e posicionamentos da empresa com seus diversos públicos do que apenas na qualidade dos produtos, no seu padrão de produtividade ou na dinâmica comercial.
Algumas tendências são claramente perceptíveis a qualquer observador dos conteúdos das propagandas ou das notícias nas diversas mídias, como as seguintes:
1. práticas de responsabilidade social e exercício da cidadania empresarial estão, cada vez mais, na pauta da gestão;
2. princípios como transparência e visibilidade dos impactos da ação das corporações sobre o ambiente e as comunidades às quais se vinculam começam a ser cobrados;
3. cuidados com a gestão da ambiência, ou clima interno, adotando práticas de valorização e reconhecimento dos empregados estão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas;
4. acesso a informações e sua disseminação deixam de estar submetidos aos controles internos da corporação e se tornam disponíveis nas redes abertas, na maior parte das vezes, mesmo para além de qualquer controle;
5. crescente consciência dos direitos de cidadania por um número cada vez maior de clientes, empregados e fornecedores exige das empresas atitudes de respeito, seriedade e responsabilidade;
6. mudanças de postura dos clientes e consumidores, que se mostram muito mais propensos a adquirir produtos que não prejudiquem o meio ambiente, estão se tornando corriqueiras na realidade organizacional.
Ao mesmo tempo, o poder público avança nos mecanismos de regulação e em processos de simultaneidade e cruzamento de informações que ampliam o controle social sobre as empresas. Instituições desse tipo de controle como o Ministério Público tornam-se cada vez mais ativas e vigilantes.
Uma conclusão possível da análise dessas tendências é que a sustentabilidade deve ser apropriada cada vez mais pela gestão empresarial como uma variável necessária, inclusive com potencial de se tornar importante vantagem competitiva. Para que isso aconteça, todavia, é preciso que a sustentabilidade esteja, de fato, incorporada
à estratégia do negócio.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br