Especialistas falam sobre Reforma da Previdência em evento no Recife


Os aspectos da Reforma da Previdência foram o centro do debate, em junho, do encontro promovido em conjunto pela Rede Gestão, pelo Conselheiro Estratégico Pernambuco Desafiado e pelo Centro de Liderança Pública (CLP) de São Paulo. O tema foi abordado pelo secretário-adjunto da Secretaria de Previdência e Trabalho do Governo Federal, Bruno Bianco, e pelo economista e pesquisador da USP, Paulo Tafner.
Em sua exposição, Paulo Tafner afirmou que a previdência do Brasil é uma anomalia: um país jovem e que gasta como se velho já fosse. “Se nada for feito, vamos deixar às próximas gerações um futuro insuportável”, frisou o economista. Entre os diversos números sobre o tenebroso futuro que espera o país, caso não faça a reforma, Tafner afirmou que a população mais pobre, hoje, já paga essa conta. “Na regra atual, o gari já aposenta 10 anos mais tarde do que o prefeito, o senador, o deputado. O mesmo ocorre com a empregada doméstica, ela se aposenta 10 anos, em média, mais tarde do que sua patroa”, exemplifica o especialista.
Em sua apresentação, Bruno Bianco rechaçou as afirmações de que não existe déficit na previdência brasileira, emendando que o Brasil tem o pior sistema previdenciário do mundo. Ele rebateu as críticas referentes à idade mínima apresentada pelo Governo Federal.  “Hoje, os mais pobres já se aposentam por idade. Mulheres com 61,5 anos. Homens, com 65,5 anos. Além disso, 70% da população brasileira se aposentam com um salário mínimo”, destacou Bianco, afirmando que o pobre, hoje, subsidia a aposentadoria dos ricos.
O encontro contou ainda com a participação da Ana Marina de Castro, da CLP. Na sua explanação, apresentou números de pesquisa recente realizada pelo IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística sobre a percepção do brasileiro a respeito da reforma. Os dados apontam três grandes consensos: necessidade de se reformar o sistema previdenciário atual; a demanda por isonomia; e esperança de que as mudanças possam trazer um impacto positivo.
Os números encontrados dizem que 44% dos brasileiros apoiam a Reforma da Previdência. Aponta ainda que seis em cada dez brasileiros são favoráveis à idade mínima de 65 anos, para homem, e 62 anos, para mulheres. A maioria (58%) também considera razoável a proposta de 60 anos de idade mínima para que professores se aposentem. O estudo revela que quase 80% da população apoia a padronização das regras das aposentadorias para todos os setores: políticos, servidores públicos e iniciativa privada. No que se refere ao regime de capitalização, a pesquisa aponta uma opinião dividida: 50% favorável, 50% contrária.
“Desde que haja a certeza de que a reforma vai, de fato, melhorar a vida do brasileiro e garantir a aposentadoria das futuras gerações, mais 80% dos entrevistados disseram concordar em fazer um esforço coletivo”, destaca a executiva da CLP.
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