Valores pra valer


“Imagens empresariais que levam anos ou décadas para serem construídas, terminam destruídas em horas”.
Diante dos frequentes escândalos envolvendo a gestão pública, empresas privadas e de economia mista, um tema se tem apresentado de forma recorrente: as práticas flagradas incoerentes com os valores e códigos de ética empresariais declarados, seguidas de pedidos de desculpas que terminam ironizados pelos que deles tomam conhecimento.
Essa realidade chama a atenção para a falta de efetividade desses documentos, normas e códigos. Na prática, imagens empresariais que levam anos ou décadas para serem construídas, terminam destruídas ou severamente prejudicadas em alguns dias ou horas por incoerências graves relativas aos valores empresariais explicitados. Para evitar esse destino desabonador, é recomendável a atenção a três pontos de modo a fazer com que os valores sejam, de fato, “prá valer”.
1. Os valores precisam ser poucos e simples para gerar o melhor e mais amplo entendimento possível, com maior potencial de internalização por todos os profissionais. É importante levar em conta que os valores devem traduzir a essência da organização e que serão um norte para decisões, atitudes e relacionamentos, dentro e fora da empresa.
2. A apresentação dessas referências e de seus significados para todos os profissionais, inclusive os novos. Logo na integração, os gestores devem provocar e estimular o contato com as referências da identidade da organização. Para além da leitura dos manuais e códigos, é interessante que lideranças falem sobre como esses valores se evidenciam na prática, argumentando com exemplos que tenham maior possibilidade de ocorrer.
3. O duplo papel de estímulo e reforço aos comportamentos adequados e de enquadramento e combate às atitudes inadequadas. Não vale fazer “vista grossa”, mesmo que a situação seja difícil ou constrangedora; se é um valor da organização e se é “prá valer”, é dever do gestor cobrar e ser guardião desses acordos e desse valores. Se não for desde modo, o código de ética ou o padrão de atitudes vira uma ficção, que pode impressionar da porta para fora, mas é inócua da porta para dentro.
Os códigos de ética e os valores são pilares essenciais à sustentação da organização e o cuidado que normalmente é tomado na sua construção deve também ser dedicado à sua comunicação e ao monitoramento. Como se diz no senso comum: “papel aceita tudo”. Mas empresas são feitas de gente e de reputação, não de papéis desmoralizados no primeiro escândalo.
Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br