Francisco Cunha fala sobre Mundo, Brasil e Pernambuco para além da crise no lançamento da Agenda TGI 2017

Após o período em que a economia sofreu bastante com a crise, o Brasil parece iniciar o período de retomada. E esse é o momento de refletir sobre o futuro e o que fazer daqui pra frente no Brasil, como também em Pernambuco e no Recife. Como se desenha esse futuro foi o que o consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, abordou na sua palestra durante o lançamento da Agenda TGI 2017, que aconteceu na última segunda-feira (28), no Teatro RioMar. Durante o evento, Francisco falou para mais de 500 empresários, executivos, imprensa, autoridades e profissionais convidados.

Mundo

Em sua apresentação, Francisco Cunha contextualizou a situação atual das principais potencias mundiais. Segundo o consultor, a Zona do Euro enfrentará nos próximos anos o desafio de ter o Reino Unido fora da União Europeia, com a aprovação pela maioria dos eleitores britânicos (51,9%) do chamado BREXIT (fusão dos termos “exit” – saída – e “British’ – Britânica). O resultado abalou o mercado financeiro e causou incredulidade no mundo todo. Já a China segue com o crescimento econômico estagnado. Do patamar histórico de aumento do PIB em uma média de 10% ao ano, nos últimos 30 anos, tem-se agora previsto uma estagnação de 6,5%. Nos Estados Unidos, as incertezas dominam a população e o mercado econômico com a eleição de Donald Trump para Presidente.

Brasil

O país vem enfrentando uma das maiores recessões de sua história. O Brasil contabiliza queda do PIB (-3,5% em 2016), aumento no número de desempregos, inflação alta e o impostômetro que pela primeira vez (dezembro, 2015) chegou aos R$ 2 trilhões. Segundo Francisco, a gravidade dos números levou o povo às ruas e à consequente mudança de Governo.

Para ele, a crise político-econômica brasileira foi impulsionada pela Bolha do Consumo: políticas sociais benevolentes; reajustes salariais acima da inflação; aumento das despesas públicas; crédito farto; populismo cambial; farra dos subsídios; represamento das tarifas; “pleno” emprego; crise fiscal; descontrole inflacionário; e endividamento das famílias. E no novo Governo Michel Temer, quais são as prioridades? Restituir a credibilidade da autoridade presidencial e na política; restabelecer a ordem na economia; sinalizar o início do fim da crise; preparar o País para a próxima eleição geral.

Cunha também afirmou que, para que haja uma retomada do crescimento, a prioridade deve ser o ajuste fiscal, ou seja, equilibrar receita e despesa. Com ele, haverá o aumento da confiança e, consequentemente, a volta do consumo e dos investimentos. Mas também, é imprescindível que haja uma reforma política, como diminuição dos partidos, adoção do voto distrital e regras mais rígidas para os financiamentos de campanhas. Com este cenário, há uma estimativa de recuperação da economia brasileira até 2019, com o crescimento de 2,0% do PIB segundo trajetória projetada.

Pernambuco

Após o boom de investimentos recebidos pelo Estado no início do Século 21, quando teve o maior crescimento dos últimos 50 anos, Pernambuco, mesmo se mostrando mais fortalecido que muitos outros estados, não saiu ileso do azar da conjunção de crises nos últimos anos: crise da Petrobras; candidatura de Eduardo Campos; morte de Eduardo Campos; crise econômica nacional; crise política/ética; e crise fiscal.

De repente, o PIB de Pernambuco que em 2010 alcançou aumento de 7,7%, teve uma queda brusca em 2015 para -3,5%. Entretanto, segundo Francisco, o desenho que se forma é que quando a crise econômica brasileira passar, o estado volte à sua trajetória histórica de crescimento paralela ao País.

Recife

Para Francisco Cunha, o Recife deve focar no restabelecimento do planejamento de longo prazo (Projeto O Recife Que Precisamos 2012 – Observatório do Recife), enfrentamento da mobilidade; recuperação do centro do Recife; revitalização do Capibaribe (Parque Capibaribe); e a retomada do controle urbano. A abertura do Jardim do Baobá, nas Graças, pode ser considerado o Marco Zero do Parque Capibaribe, que segue como o caminho mais viável e inovador para os desafios a longo prazo da cidade. Segundo Cunha, a expectativa é que, até 2037, Recife se torne uma cidade-parque com 20 m² por habitante de área verde pública.