Planejando com dois faróis

Resolver  o  hoje,  pensando no amanhã. É dessa dupla perspectiva que se faz uma ação  estratégica. Por  isso, tanto  indivíduos  quanto organizações  de  todos  os  tipos  e  tamanhos  (microempresas,  empresas  pequenas  e  médias,  multinacionais, cidades,  estados,  regiões,  países…), não podem deixar de trabalhar no dia a dia com dois tipos de planejamento, que são simultâneos: (1) de curto prazo (de um a cinco anos); e (2) de longo prazo (acima de 10 ou 15 anos).
Planejando com visão de curto prazo,  cuidam-se dos problemas mais evidentes ou  emergentes,  que  clamam  por  solução. Olhando para um prazo mais longo, a perspectiva é do futuro por construir a partir  de  uma  visão  que  incorpora  um projeto do que se quer realizar.
Mal  comparando,  seria  como  um automóvel  numa  viagem  noturna: quem  está  dirigindo  precisa  do  farol  baixo e do farol alto, juntos, para minimizar o risco de acidentes durante o percurso. Se só usar o farol baixo, livra-se dos buracos próximos mas corre o risco de bater, por exemplo, num outro veículo quebrado e parado na pista lá na frente porque não o viu a tempo de desviar; por outro  lado,  se  só usar o farol alto, livra-se do veículo parado mas cai no buraco. E um dos dois, veículo ou buraco, se não evitados a tempo,  podem  transformar  uma  simples viagem numa tragédia de grandes proporções. O segredo é aprender a usar os dois juntos, quase simultaneamente.
Com os indivíduos, organizações e  sistemas,  inclusive  cidades,  funciona  de  forma  semelhante:  o  farol baixo seria o planejamento de curto  prazo (geralmente limitado ao horizonte de uma administração); o farol alto  seria  o  planejamento  de  longo prazo  (que  deve  abranger  um  horizonte de pelo menos quatro a  cinco administrações para a frente).
Fim  de  ano  velho  e  início  de  ano novo  é  sempre  um  bom  momento para praticar e/ou revisar esse planejamento  de  dois  horizontes  simultâneos. Para  isso, explicitação do  futuro, clareza do que não pode deixar de ser  feito,  determinação  para  manter o  rumo  e  persistência para  enfrentar inevitáveis dificuldades são indispensáveis  para  pôr  em  prática  o  que  se conseguir planejar e/ou atualizar.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br