Para onde mesmo queremos ir?

por Francisco Cunha, sócio da TGI Consultoria em Gestão
Sob este ponto de vista, termino 2014 otimista em relação a Pernambuco e ao Recife mas não muito em relação ao Brasil.
Quando chega o fim do ano, muita gente me pergunta se o próximo será bom ou ruim. Sempre tento responder valendo-me do conhecimento que, pelo dever do ofício de consultor, consigo reunir sobre os cenários e as evoluções possíveis das variáveis econômicas, políticas, sociais, tecnológicas etc.
Todavia, fico sempre com a sensação de que dou respostas mais incompletas do que a natural incerteza acerca dessas evoluções induz. Na verdade, para responder melhor eu teria que saber mais sobre a visão de futuro da pessoa e/ou da organização à qual ela pertence. Afinal, concordo inteiramente com a afirmação atribuída ao filósofo romano Sêneca de que não há vento favorável (ou desfavorável), nem opinião sobre ele, para o navegante que não sabe para onde vai (ou não explicita para o inquirido esse destino).
Sim, se há uma coisa que me parece imprescindível para qualquer um (pessoas, empresas, organizações, países, estados, cidades etc.) que se preocupe com o futuro é ter uma visão de longo prazo definida, clara, compartilhada, mobilizadora, orientadora do caminho a seguir (estratégia) e das ações (e projetos) que precisam ser executadas para pavimentar o caminho na direção desejada.
Sob este ponto de vista, termino 2014 otimista em relação a Pernambuco e ao Recife mas não muito em relação ao Brasil. Pernambuco, depois de décadas sem o que se pudesse chamar de planejamento estadual de longo prazo (teve muitos planos de governo de curto prazo – a propósito, ver a seção Gestão Mais desta edição), termina o ano com um plano de estado com horizonte de 20 anos (o Pernambuco 2035). Já o Recife, termina o ano com o masterplan pronto do Parque Carpibaribe sintonizado com o planejamento dos 500 anos da cidade que se completarão em 2037 (ver a propósito dos planejamentos de Pernambuco e do Recife, reportagem sobre a Agenda TGI 2015 também nesta edição).
No que diz respeito ao Brasil, vamos ter um próximo ano de ajustes macroeconômicos, realizáveis e superáveis sem muitos dramas, mas o mais grave é que não temos nada parecido com uma visão de longo prazo e precisaríamos urgentemente ter.
Para terminar o artigo e 2014, desejo aos leitores um próximo ano melhor possível e repito o que disse no final do lançamento da Agenda TGI 2015: o Brasil tem jeito, Pernambuco tem jeito e o Recife ainda tem jeito. E o jeito do Recife se chama Rio Capibaribe! Até 2015!
*Artigo publicado na edição 105 da revista Algomais (www.revistaalgomais.com.br)