A ironia, uma poderosa e sofisticada arma do bom humor

Como um recurso que muito frequentemente desconsidera o politicamente correto, a ironia é uma arma poderosa do humor inteligente, ainda que nada tenha de propriamente piedosa
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É mais do que disseminado o entendimento de que o humor faz bem à saúde, à vida de um modo geral e à vida profissional em particular. A Madre Tereza de Calcutá chegou, inclusive, a classificar o mau humor como o “pior defeito” (ver a propósito do tema os GH/445 e GH/447). Uma forma especial de humor é a ironia que pode ser definida do seguinte modo:

“(1) Uso de palavras para transmitir um sentido oposto ao sentido literal; (2) resultado de eventos que é contrário ao que seria esperado; (3) estilo sarcástico de escrita ou fala.”

Wikcionário, pt.wiktionary.org
Já definida como a “arma dos fracos” (com o duplo sentido de ser usada por pessoas “fracas” e de ser a “arma” dos “fracos” contra os “fortes”), a ironia pode ser definida também, conforme o faz o livro “Ironia ― Frases soltas que deveriam ser presas” (José Francisco de Lara, Cócegas Editora), como “nada mais do que uma forma elegante de ser mau”. Seja como for, requer a apuração do senso de humor e uma disposição para não subordinar-se completamente aos rígidos ditames do “politicamente correto” como se pode observar nesta situação reproduzida no livro:

“O primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, discursava na Câmara do Comuns. Nancy Astor, a primeira mulher eleita para fazer parte daquela casa, levantou-se e interrompeu furiosa: – Winston, se você fosse meu marido, eu poria veneno no seu café! Churchill não pestanejou: – Senhora, se eu fosse seu marido, tomaria o café.”

Além dessa situação, o livro traz inúmeras outras, bem como frases que destacam a irreverência na interpretação das situações cotidianas, inclusive com incursões pelo campo da filosofia, não sem, inúmeras vezes, resvalar para o que poderia facilmente ser considerado politicamente incorreto, ainda que, na grande maioria das vezes, de forma muito engraçada. A seguir algumas das frases pinçadas do livro.

“Há homens que nascem póstumos.”

Raul Seixas, 1945-1989, compositor brasileiro

“Eu não tenho 50 anos, tenho 18 com 32 de experiência.”

Steven Tyler, cantor e compositor norte-americano

“Pense grande. Você já ouviu falar de Alexandre, o Médio?”

Propagandas Inteligentes

“Nos momentos de perigo é fundamental manter a presença de espírito embora o ideal fosse conseguir a ausência do corpo”

Millôr Fernandes, humorista brasileiro

“Eu sou firme; você é obstinado; ele é teimoso como uma mula.”

Bertrand Russel, 1872-1970, filósofo britânico

“Achei que estava errado uma vez, mas eu estava enganado.”

Lee Iacocca, executivo norte-americano

“Para mim a humanidade se divide em dois grupos: os que concordam comigo e os equivocados.”

Graciliano Ramos, 1892-1953, escritor brasileiro

“É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”

Abraham Lincoln, 1809-1865, presidente dos EUA

“Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acerta.”

Luis Fernando Veríssimo, escritor brasileiro