Criatividade e individualismo

“No Brasil, as pessoas são muito mais criativas que na Europa mas, em compensação, são muito mais individualistas. Isso tem um impacto negativo muito forte sobre a competitividade das empresas num mercado globalizado.”

David Brech

Na palestra que fez com o título “Vencendo Desafios de Mercado com Times de Alta Performance“, para 150 empresários e executivos, no lançamento da Agenda para Competitividade no Brasil, em parceria com a TGI Consultoria em Gestão e a Inova Ação Consulting, dia 03.02.98 (Mar Hotel, Recife), o Consultor Inglês David Brech, Diretor da Agenda For Change, foi enfático ao destacar a importância estratégica de equipes de trabalho entrosadas, dinâmicas e eficazes para a sobrevivência e o crescimento das empresas locais.
De todas as equipes de trabalho numa empresa, há uma cuja performance tem que ser exemplar: a equipe dirigente, o colegiado de gestão. Ela não pode deixar de ter um desempenho que seja referência para as outras. É por esta razão, como destacou David, que a Agenda para Competitividade trabalha com a percepção da equipe dirigente sobre as variáveis-chave para a empresa e com ela constrói o plano de ação para a mudança, com base em cinco instrumentos:
1 – Receita                                        Atender ou Estimular a Demanda
2 – Eficiência                                    Operacional  Adequar a Oferta
3 – Rentabilidade                             Garantir a Sustentabilidade
4 – Satisfação do Cliente               Perseguir a Fidelidade
5 – Desenvolvimento da Equipe   Estimular a Autonomia
Outro aspecto destacado por David como uma evidência do inadequado funcionamento das equipes e do individualismo predominante é a utilização inadequada do tempo (o recurso mais importante do executivo). Usar o tempo de modo “virtuoso” é um imperativo do desempenho, na medida em que agrega alto valor ao trabalho realizado. Usar o tempo virtuosamente (em decisões estratégicas, em contatos relevantes, em atividades de alto retorno e vitais para a empresa) é uma característica dos integrantes dos times de alta performance.
Aproveitando a oportunidade, David fez uma rápida pesquisa entre os presentes pedindo para que estimassem o percentual do tempo utilizado “virtuosamente.” O resultado médio aferido foi 17%, o que significa a utilização de 83% do tempo em atividades não virtuosas. Destacou que esperava até um número menor uma vez que sua experiência com grupos no Brasil é de uma média de 15%.
Apontou algumas formas de “ganhar tempo”, baseadas em experiências de implantação de programas de desenvolvimento de times de altas performances em empresas, destacando os percentuais de “ganho”:
1 – Automação de Atividades               30%
2 – Delegação de Atividades                 30%
3 – Terceirização de Atividades           15%
4 – Interrupção Total de Atividades     10%
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                                                            85% de Ganho de Tempo
 
Ou seja, pode-se “ganhar” até 85% do tempo, atuando de modo virtuoso em times de alta performance.